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Acesso à água potável em Mocuba: Sistema de abastecimento reclama obras de emergência

Data: 20/04/2018
Acesso à água potável em Mocuba: Sistema de abastecimento reclama obras de emergência

O GOVERNO da província da Zambézia vai investir, este ano, mais de trezentos milhões de meticais para a execução de obras de emergência no sistema de abastecimento de água no município de Mocuba.

O director provincial das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Graciano Artur, disse há dias à nossa Reportagem que está na fase conclusiva a elaboração do projecto com vista a indicar o tipo de intervenção, definitivo e resiliente, que poderá resolver a crise de água de mais de 200 mil munícipes daquela autarquia.

Garciano Artur afirmou que o empreiteiro que irá realizar as obras poderá ser contratado no segundo semestre deste ano, depois de avaliadas as várias propostas do concurso público.

Ele acrescentou que, por outro lado, enquanto se desenha o projecto definitivo para Mocuba, irão decorrer as obras de emergência que consistirão no melhoramento da estação de captação e de tratamento do sistema que se encontra obsoleto.

O sistema construído no período colonial está obsoleto e sem capacidade de prover de água aos residentes. Como não bastasse, os desastres naturais ocorridos em 2015 vieram agudizar o problema.

Presentemente, os munícipes recorrem a água dos rios Lugela e Licungo, duas bacias hidrográfica, para se abastecer e com muitos riscos devido à falta de tratamento. Aliás, Mocuba tem sido nos últimos anos o epicentro da ocorrência de doenças de origem hídrica, apontando-se como causa principal o consumo de água não tratada.

Entretanto, o fornecimento de água às unidades sanitárias, estabelecimentos hoteleiros e alguns munícipes tem sido assegurado pelo sector privado.

Enquanto isto, as famílias carenciadas não têm acesso à água canalizada, porque o sector privado diz que precisa de recuperar o investimento feito para a montagem de pequenos sistemas de transporte do precioso líquido aos interessados. Para um taque de trezentos litros o valor pago varia entre 1000 e 1200 meticais.

Informações em nosso poder indicam que o Governo fez um estudo geofísico com vista a reabilitar, ampliar e melhorar o sistema de abastecimento de água. Três propostas estão na mesa de discussão, nomeadamente o melhoramento do açude, construção de um canal protegido ou obstrução da camada rochosa que se encontra no rio Lugela, local onde está a estação de captação e bombagem.

Todavia, o Executivo entende que o problema de Mocuba não é novo, é de grande dimensão, dado o crescimento rápido da população.

Pese embora não esteja a acontecer nada de concreto, por agora, Mocuba é uma zona franca industrial e económica especial e precisa de uma resposta mais consistente no abastecimento de água por forma a responder a demanda das solicitações dos empreendimentos socioeconómicos que poderão nascer no contexto do desenvolvimento económico e social.

Recorde-se que o Governo desembolsou, recentemente, mais de 15 milhões de meticais para o sistema de água, que em pouco ou nada resultaram.

O Executivo da Zambézia adjudicou a gestão do sistema de água de Mocuba à empresa Koling Construções, que está a fazer a montagem dos filtros. Esta firma está a gerir o sistema desde Março do ano passado com vista a elevar os níveis de abastecimento do precioso líquido aos munícipes, uma vez que a anterior gestora, a Águas de Mocuba, mostrou incapacidade de fazer investimentos e gerir melhor o sistema.

O proprietário e gestor da Koling Construções, Pedro do Rosário, disse que tem vindo a propor melhoria na rede de distribuição e o Governo está a responder favoravelmente. Disse que os filtros para a purificação da água podem produzir 300 metros cúbicos por dia, mas o grande problema está na distribuição, porque a rede está obsoleta.