COE Provincial inteira Ministro de Agricultura e Segurança Alimentar nos pormenores da emergência

A este propósito foi feita uma apresentação geral pelo INGC na qual os técnicos da Meteorologia disseram que em relação a previsão do tempo, nas últimas 24 horas tivemos chuvas normais que poderão passar dos cem milímetros apesar de superiores a 50 milímetros.

E que os ventos também serão moderados normalmente de sudoeste a noroeste soprando por vezes com rajadas, não temos nenhuma actividade ciclónica que esteja afectar a Província neste momento podendo afirmar que voltamos a normalidade pese embora possamos ter chuvas mas não excessivas. Nos próximos quatros dias.,

Para o técnico da hidrologia, nas últimas 24 horas não se registaram grandes precipitações, os níveis das bacias hidrográficas tendem a baixar consideravelmente, ligeiras descidas dos níveis hidrográficos, nos rios licungo, gurue, tacuane, previsão para Maganja da Costa, Nante, Vla Valdez, Sopa, Intabo, Namacurra, Furquia, Mbaua, muebene, Malei, Macuse e nas restantes bacias prevê-se níveis oscilatórios com tendência a baixar.

O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, INGC refere que nos dados cumulativos temos 17.409 famílias afectadas equivalentes a 39.075 pessoas, 17 feridos, 36 óbitos dos quais 28 resultantes de descargas eléctricas e atmosféricas e 79. 264 Hectares de culturas perdidas.

Temos até hoje, 10 Centros de Acomodação, já iniciou o processo de distribuição de talhões onde foram atribuídos 515 talhões de um total de 1.232 existentes enquanto na Agricultura, temos um total de 232.073 hectares inundados e 31.071.580 hectares perdidos.

Para Centros de acomodação, em bens alimentares o INGC tem um deficit de 1.184. 407 quilos de produtos diversos, bens não alimentar, 121. 143.600 Meticais de custo de todas necessidades.

No que toca a infra-estruturas temos um total de 1.375 quilómetros afectados, transito condicionado nos Distritos de Morrumbala, Namarrói, Maganja da Costa, Gile e Molumbo, intransitáveis em Chinde, Derre, Luabo, Postos Administrativos de Chire e Macuse.

Estão em curso actividades de reposição em algumas vias, também o INGC reporta alguns danos com destaque a travessia do rio Zambeze onde a torre de transporte da energia eléctrica no Distrito de Chinde corre o risco de desabar devido a erosão.

E no sector da Educação e Desenvolvimento Humano, um total de 561 salas de aulas destruídas entre parciais e totalmente, tendo afectado 53816 alunos e um total de 879 professores necessitando de 14 tendas escolas, 617 kits professores, 27.672 kits alunos, 61 quadros móveis e 14 tendas de abrigo para professores, também 5.240 livros para segundas classes sendo para disciplinas de Português - quatro mil assim como para disciplina de Matemática.

Concernente ao sector de Género, Criança e Acção Social, têm um total de 4.392 pessoas afectadas e no sector de Pescas 14 toneladas de produtos pesqueiros perdidos estimados em 4.211mil Meticais cujos Centros foram alocados bens alimentares no total de uma tonelada de arroz e aproximadamente outra tonelada de farinha e outros itens essenciais entre os quais destacando-se 14.113 kits ferramentas, 514 kits famílias.

Recebemos bens da Industria Nacional de Calcados, INCALA, da Comissão Politica do Partido Frelimo, um Cheque no valor de cem mil Meticais dos Deputados da Assembleia da Republica, da Pendray ai, Kan Sai, Mota Engil, Agencia do Zambeze, África Greet wol, Direcção Provincial da Justiça, FHI, Cacilda Cossa e Moçambique Edições e África Greet wol.

O Director Provincial da Educação e Desenvolvimento Humano, Aldo Mussossa acrescentou que tem 150 mil livros para responder qualquer eventualidade assim como as escolas que serviram de Centros de Acomodação transitórios já estão livres e as aulas decorrem normalmente.

A DPS disse que o ciclone destruiu parcialmente o Centro de Saúde de Matilde na parte da cobertura do tecto assim como no Centro de Saúde de Arijuana, Posto Administrativo de Macaúne, no Distrito de Chinde, está sem energia eléctrica devido ao deslocamento do painel solar.

A Delegada do INGC corrigiu que trata-se de 50 toneladas no total sendo 42 de cereais e restante de farinha, enquanto para o Director de Recursos Minerais e Energia, Almeida Manhiça, os Distritos de Morrumbala e Derre ficaram sem energia.  

Por sua vez, o representante dos escritórios do Programa Mundial de Alimentação (PMA), Arão Nhacudima trouxe a boa nova na qual um camião com cerca de 76 toneladas de alimentos diversos entre cereais, feijões, óleo e sal que chegaram esta manhã estão sendo descarregados para possivelmente beneficiarem aos Centros de Acomodação.

Há equipas de organizações humanitárias a trabalharem em conjunto, no registo de beneficiários de três Centros existentes actualmente, um no povoado de Dugudiua, Distrito de Ncoadala, com 800 famílias, outro em Namitanguirine com cerca 500 e mais famílias das quais apenas conseguimos registar cerca de 300 e poucas e outra equipa deslocou-se hoje ao Centro de Namacurra para o mesmo efeito.

E pretendemos trabalhar com o INGC para registar as famílias dos Centros de acomodação nos Distritos de Morrumbala, Maganja da Costa, Molumbo entre outros cujas informações são inacessíveis e queremos negociar meios fluviais para Distritos que precisam barcos.

O PMA despachou cerca de 400 toneladas de alimentos hoje, estamos a falar de feijão, óleo e sal e provavelmente a Província estará a receber estes alimentos a partir de amanhã ou depois.

Os camiões estarão a partir de Nacala hoje e faremos todo o esforço para distribuir, as 76 toneladas que fazem parte de um kit de comida para 15 dias.

Refira que o Programa Mundial de Alimentação, PMA representa todas Organizações Humanitárias. 

O Governador chamou atenção que todos doadores estejam unidos no INGC para evitar que haja pessoas sem apoio assim como evitar também dar apoio aqueles que só passam pelos Centros no espírito de oportunismo.

O Ministro de Agricultura e Segurança Alimentar felicitou a Província da Zambézia pelo esforço realizado na sensibilização das pessoas para o trabalho realizado pelo Conselho Técnico do INGC afirmando que o mesmo foi reconhecido pelo Presidente da República que se deslocou ao Reino de Insuatine (ex- Suazilândia) para mobilizar mais apoios e já havia lhes mandatado antes.

"Recordamos a Província a necessidade da nossa tradição de apoio a partir da família, já notamos isto e de igual modo o papel da comunicação social, na divulgação para pensarmos num modelo de reassentamento virado para o futuro crescimento com vista ao desenvolvimento destes locais.

Colocar as populações em zonas mais seguras mas também fazendo um ordenamento territorial que permita que esta população nunca mais volte a sofrer o tipo de situação que hoje estamos a viver por causa da chuva e das inundações.

Este deve ser o nosso pensamento, para onde vamos deslocar as populações, que condições lá existem como é que nós podemos planear o desenvolvimento desta área.

Eventualmente, uma boa planificação desta área pode ajudar-nos também em outras situações em que queremos digamos fazer a requalificação de alguns bairros em qualquer um dos Distritos em que a população está em casas de certa forma quase umas em cima das outras.

Fazendo um bom ordenamento territorial pode facilmente encontrar uma repercussão positiva no sentido da população voluntariamente começar a pensar em novos modelos de reassentamento.

É isto que devemos começar a transmitir a população. Há infra-estruturas que foram reportadas como destruídas total e parcialmente, No caso particular da Província da Zambézia onde um dos focos maiores em termos de actividade económica é a produção agrária é importante fazer um levantamento mais exaustivo daquilo que são a situação dos diques, dos regadios para termos um panorama completo dos estragos que este ciclone nos trouxe.

É ai que podemos repensar nas formas de melhor reabilitar ou mesmo construir, para que no futuro estas infra-estruturas possam aguentar com o choque destas intempéries.

Nós queremos chamar atenção para que tenhamos que interiorizar um aspecto fundamental das nossas vidas que já se regista de algum tempo para cá e que eventualmente ainda não estamos a absorver com a devida atenção que são as mudanças climáticas.

Elas estão aqui e vão estar nos próximos tempos. Nós só somos que temos que nos adaptar para podermos mitigar os seus efeitos.

É isto que nós temos que ter em conta em todas nossas actividades, sociais, económicas temos que canalizar estes factores de mudanças climáticas. Se não são secas são cheias, chuvas ou ventos.

A forma como nós nos organizamos e vamos transmitir a informação tem que ser no sentido de adaptarmo-nos às Mudanças climáticas.

Visitei esta manhã o Centro de Acomodação de Dugudiua, apenas para ter uma amostra e ver como a população está lá e dar uma informação que esta situação é temporária, no futuro as coisas vão melhorar e serão criadas condições para que a população possa retomar suas actividades produtivas.

A mensagem que transmitiram sobre o esforço na recuperação das culturas perdidas na segunda época é de louvar e o importante é arregaçar as mangas para que a população possa recuperar e amanhã vai transmitir o alento que vimos nas caras das pessoas. - Concluiu o Ministro de Agricultura e Segurança Alimentar.

Fonte: Ics