
Combate à malária abrange mais pessoas

MAIS de dois milhões de pessoas de sete distritos da província da Zambézia vão ter as suas residências protegidas contra o mosquito causador da malária, no quadro da campanha de pulverização intra-domiciliária contra a doença lançada na última segunda-feira.
Avaliada em mais de dois milhões de dólares norte-americanos, a campanha vai abranger mais de 440 mil casas nos distritos de Maganja da Costa, Mopeia, Morrumbala, Milange, Molumbo, Derre e Mocuba, todos localizados na média e alta Zambézia.
O director provincial da Saúde, Hidayat Kassim, que procedeu ao lançamento da campanha, cuja cerimónia teve lugar na vila-sede distrital da Maganja da Costa, garantiu que estão asseguradas todas as condições logísticas para o efeito. Para esta operação foram contratados 1500 rociadores, alocadas 121 viaturas, entre outros meios.
Na ocasião, pediu às comunidades para colaborarem abrindo as portas das suas residências para a pulverização, de forma a eliminar os mosquitos, principais vectores de transmissão e propagação da malária.
O director provincial da Saúde disse que o inquérito pediátrico realizado em 2015 revelou dados preocupantes sobre a situação da malária na província, visto que, segundo afirmou, 70 a 80 por cento das mortes de crianças são causadas por esta doença.
Os mesmos dados apontam que 69 por cento de crianças que vivem nas comunidades rurais sofre da doença, decorrente da degradação das condições ambientais.
Informações avançadas pelas autoridades sanitárias indicam que a malária é responsável pelo aborto em mulheres grávidas, caso a doença não seja devidamente tratada.
O director provincial da Saúde da Zambézia fez saber, na ocasião, que o Governo e parceiros têm vindo a investir na prevenção da malária, através de acções de pulverização intra-domiciliária e distribuição das redes mosquiteiras. As duas abordagens, segundo Hidayat Kassim, devem ser associadas à limpeza do capim à volta das residências, eliminação de charcos e águas negras.
A administradora do distrito da Maganja da Costa, Ângela Serrote, apelou, na ocasião, às comunidades locais para apoiarem os rociadores no seu trabalho.
Pediu para que a população não confunda os rociadores com o fenómeno “chupa sangue”, que está a aterrorizar as comunidades da Maganja da Costa. Explicou que o fenómeno é uma invenção de grupos de malfeitores que pretendem roubar bens da população, uma vez que quando as pessoas abandonam as suas residências eles aproveitam para retirar bens.
Informações postas a circular em várias comunidades da Maganja da Costa, e não só, dão conta da existência de um suposto grupo de indivíduos que, à calada da noite, chupa o sangue das pessoas para fins obscuros.
“Não confundir chupa sangue com a pulverização. Chupa sangue não existe, trabalhem com os rociadores para combatermos a malária”, apelou a administradora de Maganja da Costa.
Os parceiros, nomeadamente a ABT, uma organização americana, comprometeram-se a continuar a canalizar apoios para a campanha de pulverização contra o mosquito.