
INGC testa nível de prontidão do CTP e Comités de gestão de riscos em simulção de cheias

O Administrador do Distrito de Mopeia, Vidal Samuel Bila agradeceu o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, INGC, pela escolha deste Distrito para simulação de cheias, inundações da época chuvosa, ciclónica e sísmica em curso.
Com vista a aferir o nível de prontidão do Conselhos Técnico Provincial e Distritais incluindo Comités Distritais de Gestão de Riscos de Calamidades do INGC no dia 22 de Dezembro de 2018 na Localidade de Tece, Distrito de Mopeia.
Na Sessão de abertura, Vidal disse e citamos "o que nós fizemos aqui foi treino mas não sei se no momento da verdade seremos capazes de responder ou seja, há-de vir alguém para responder?
Questionou para em seguida responder, somos nós que vamos responder por isso como Distrito tivemos que olhar para a Província para nos ajudar a dar esta resposta.
Os outros que estão acima de nos não vão nos apoiar mas sim virão nos perguntar. Nos que estamos aqui estamos para nos apoiar na comunicação, na interacção, em corrigir os aspectos que devem ser feitos antes das coisas acontecerem.
Quem não está aqui é aquele que vai exigir e nessa altura vai aparecer culpado, vocês conhecem o procedimento do Estado, você fez o máximo e falhou é culpado. Como quem diz você fez tudo 99.9 falta um para 100 aquele um ali você fez mal pode te empurrar e você ficar assim.
Nós somos aquela equipa que estava a fazer tudo sem estilo mas que no momento da verdade tem que dar gás. Temos ali pão e sumo mas no verdadeiro momento não haverá comida, você há de por água na mochila e quando acabar acabou, não haverá mais água como estava a acontecer com aqueles pontos focais distritais nesta simulação.
No tempo da verdade não podes beber a água mineral no meio da população tens que escondê-la e beber as escondidas, não haverá bandejas nem água.
Senti que esta a aparecer aquilo que chamamos de oportunismo onde alguns diziam que não tinham botas mas fui eu que distribui botas a todos e viraram o disco afirmando-sim temos bota mas não temos sabão para lavar.
Fizemos uma coisa rápida e deu para perceber que o desafio que vem eventualmente pode ser mais rápido do aquilo que nos pensamos, ir o primeiro comunicado e antes do seguinte minuto acontecer o seguinte momento por isso a troca de telefones vai ser importante salvação.
No comício popular, o Administrador Vidal sublinho que "Apesar de treino, pode acontecer, se a chuva continuar a cair como está a cair até agora porque Mopeia é um Distrito propenso e a água chega aqui onde estamos no Tewe,
O que estamos a fazer é para não deixarmos que a água chegue para sairmos depois, é para que cada um fique atento controlando a água no rio e na lagoa e quando ouvir rádio dizer que a água está a vir não espere o Governo, nem as calamidades.
Você mesmo deve dizer aqueles da comissão que ouviu dizer que a água está para chegar e para quem quer levar sua galinha, comida, o seu cabrito e todas coisas incluindo sua esposa possa sair enquanto é cedo.
Queremos pedir as pessoas que quando entram nos barcos lembram-se que esqueceram sinto, querem voltar por causa do pato que podem morrer por causa disso mas se salvarem podem comprar mais cintos, patos e outras coisas mais importantes.
Os secretários e membros de comités de gestão de riscos de calamidades aqui vestidos de coletes cor de laranja vão passar nas vossas casas para avisarem e gostaríamos que aceitassem cumprindo os avisos sem reclamar como aconteceu com Cocorico que negava sair e quando foi tirado a força, logo entrou água em sua casa."
A Delegada do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Maria Madalena elogiou o envlovimento do Distrito de Mopeia, todos se fizeram presentes na simulação desde o seu nível mais alto representado pelo respectivo Administrador.
Ao contrário, no nivel Provincial, muitas direcções não se fizeram presentes, pricipalmente as da Ecomia e Finançcas incluindo da Saúde e Educacção que chefiam os sectores sociais mais numerosos, em situações da emergência real.
"Agradecemos esta vossa entrega neste processo que de facto não parece nada mas como dizia o Administrador, em algum momento teremos que recordar aquilo que aconteceu aqui e agora.
Ficou claro que temos aqui um desafio em relação à comunicação, de facto fizemos a simulação com falta de energia eléctrica, nos quatro Distritos abrangidos, cujos radios de comunicacao estao avariados e nem podemos usar computadores ou data winner.
É importante perceber que numa situaçã de emergência real como esta, em que rádios de comunicação não estão a funcionar, o desafio de transmitir informações fiáveis cujos dados necessários para tomada de medidas, torna-se dificil mas alguma coisa tem que ser feita para salvar vidas e no caso vertente, os telemóveis revelaram-se únicos recursos alternativos.
Questionada pelos orgãos de comunicação social sobre o ponto de situação em relação as chuvas que têm vindo a cair nos últimos dias, Maria Madalena disse que de facto estão a registarem-se chuvas com ventos fortes onde a nossa maior preocupação são as descargas atmosféricas.
Os que acompanharam sabem que estamos a falar de seis pessoas confirmadas que até podem existir mais mas apenas temos seis confirmadas que perderam a vida e mais de 90 famílias correspondentes a mais de 470pessoas afectadas.
Entretanto, tudo indica que ainda estamos numa fase inicial onde estamos a fazer esta simulação para prepararmos as comunidades para futuras situações pouco mais graves.
Nos últimos anos, a Província da Zambézia nos mostra que temos tido mais problemas a partir de Janeiro, o periodo de Outubro, Novembro à Dezembro, tem sido de três meses calmos mas não muito calmos e a partir de Janeiro, aumenta a intensidade da chuva.
Esta simulação, como tem sido todos anos, faz parte do nosso plano anual de trabalharmos com algumas comunidades, com os comités distritais de gestao de riscos de calamidades inclusive com os Conselhos Técnicos Distritais e o Provincial.
Este ano, optamos pelos Distritos de Morrumbala, Mopeia, Luabo e Chinde e pode-se questionar porquê estes Distritos e não por exemplo a bacia do Licungo visto que poderá haver cheias.
É que já se fez grande trabalho na bacia do Licungo onde todo ano estamos a trabalhar com a Cruz Vermelha, inclusive fez-se lá algumas simulações de preparação de comités de gestão de risco em primeiros socorros e sentimos que estão minimamente preparados.
E porque não vir deste lado, apesar de que nos últimos anos, não tem havido problemas mas que a qualquer momento eles podem té-los à partir da bacia do Licungo e não só do lado da bacia de licungo como também para preparar o Conselho Técnico Provincial que neste momento está reunido na Vila Sede de Mopeia.
Todo o fluxo de informação foi feito à partir das comunidades, dos Conselhos Técnicos Distritais para o Conselho Técnico Provincial e este fluxo de informação é muito importante porque nada se faz sem informação.
O nosso grande desafio em situação de emergência tem sido informação e informação fiável que podemos partilhar com outros níveis para se poder tomar decisão para daí podermos socorrer populações com alguma traquilidade.
Para o efeito, temos dois cenários, prepararmos Conselhos Tecnicos Distrital e Provincial e também as comunidades junto aos comités locais de gestão de riscos de calamidades.
Esta simulção vem antecedida de uma série de trabalhos que são feitos, nos comités, com a comunidade, a capacitação dos conselhos técnicos, distritais para permitir que cada um saiba o que fazer quando chegar esta última fase.
Tudo indica que aquilo que era o nosso propósito foi atingido, cabe neste momento, de facto, cada um dos intervenientes neste processo tirar maior proveito porque pode haver muito trabalho e o resultado não ser aquele que era de desejar.
Mas aquilo que fizemos de manhã com os Conselhos Técnicos Distrital e Provincial, com as comunidades que viemos aqui encontrar, este envolvimento da liderança local foi muito bom e nós conseguimos fazer alguma coisa que para nós já é um sinal muito positivo.
Em resposta da pergunta de jrnalistas sobre o que existe em termos de aprovisionamento, Maria Madalena disse que o INGC tem um stock mínimo que significa houve reforço da nossa Direcção Regional onde recebemos 25 sacos de arroz, 50 kites familiares onde dentro de cada um tem uma manta, uma lona e aquilo que permite uma pessoa poder fazer alguma coisa para albergar a cabeca,alguns sacos de feijão, óleo e açúcar.
Não é suficiente mas neste momento estamo-nos a preparar para prováveis problemas e nessa altura se de facto os problemas existirem, teremos sempre aquilo que dissemos, tudo termina na Província.
Numa situação em que o evento é maior, temos a Direcção Reginal Centro que é o nosso apoio logo de imediato porque é a sede e numa magnitude maior a Direcção Nacional e neste momento podemos dizer que felizmente Zambézia tem o seu armazem Provincial, na cidade de Quelimane e temos lá alguns bens cujos números partilhei aqui.
Numa situação de magnitude maior, sabem que Caia fica há dois quilómetros daqui e podemos ter apoio imediato.
Nao vamos dizer que não existe preparação alimentar, neste momente temos 25 sacos de arroz, feijão, óleo, açúcar e ainda não temos nenhuma informação para dar assisténcia por exemplo. a dar 20 mil pessoas, a 50 ou 70 famílias.
Estamos a falar de uma quota mínima que numa situação podemos dizer vamos responder imediatamente porque pode-se ir a Caia em duas horas de tempo.
Instada a pronunciar-se sobre o que seria necessário para digamos, uma situação em que temos cheias, a título de exemplo, Maria Madalena respondeu que precisamos de abrigos como disse apenas temos 50 e não estamos a dizer que serão 50 famílias.
Porque o INGC sempre trabalha com imprevisibilidade tem que ter quota mínima enquanto mobiliza recursos e não trabalha só, pois numa situação de emergência real, os parceiros aparecem.
Nete momento podem estar calmos porque enquanto não se declarar alerta não estão preocupados mas sabem que à qualquer momento podem intervir.
Aprevisão do plano de contingência é de 24 milhões de Meticais para Província e Sectores como proposta que passou e como sabemos houve a criação de fundo de gestão de calamidades que é uma situação diferente da que tínhamos.
Significa que o fundo que era de contingência transita para o fundo de gestão de calamidades e em termos de gestão aquilo que eram os pagamentos estão centralizados mas como Província temos que preparar os processos e procedimentos, enviarmos ao Tribunal Administrativo e solicitarmos alguns pagamentos, em casos de necessidades.
A nossa proposta é de 24 milhões mas repito que é uma previsão em casos de necessidades temos a experiência do ano 2015 que ultrapassou de longe e tivemos apoio de todos.
Estamos a olhar para todos cenários de cheias, vendavais e sismos que também acontecem na nossa Província onde 200 mil pessoas podem estar abrangidas e 24 milhões de Meticais é a nossa proposta para socorré-las.
Diariamente recebemos da ARA Zambeze os dados do comportamento dos niveis de caudais dos rios onde acompanhei que HCB vai abrir as comportas. Ainda bem que estamos a fazer a simulação aqui mesmo deste lado.
Fonte: Ics