
PRM acusa médicos tradicionais de mentores de assassinatos de “carecas”

A Polícia moçambicana (PRM) aventa a possibilidade de os médicos tradicionais serem coniventes no assassinato de três pessoas portadoras de calvície, vulgarmente chamados de careca, ocorrido semana finda no distrito de Morrumbala, província central da Zambézia.
O facto foi avançado, esta quarta-feira, em Maputo, pelo porta-voz do Comando-Geral da PRM, Inácio Dina, durante o habitual briefing semanal, à imprensa, sobre as actividades operativas da corporação.
Dina disse não saber as reais causas que moveram o assassinato dos ‘carecas’.
“Do trabalho que está sendo realizado, a incidência vai para os médicos tradicionais”, afirmou Dina, sublinhando ser interesse da PRM identificar os envolvidos, para responsabiliza-los.
Aventou ainda a hipótese de o assassinato de indivíduos carecas poder estar associado a fenómenos culturais.
“Os indivíduos com calvície poderiam estar sendo perseguidos porque tinham algum suposta poder e que se se transferisse esse poder para outros indivíduos daria um certo enriquecimento. É um pensamento bastante errado”, frisou.
Por isso, para apurar as verdadeiras causas, segundo o porta-voz, a corporação está a efectuar uma “profunda” investigação social junto das comunidades locais.
“Há um aprofundamento que está sendo feito para perceber a dimensão deste caso que pode levar a que indivíduos de careca sejam perseguidos e retirados a vida”, assegurou.
Na ocasião, Dias afirmara que fontes locais “dizem que todo o homem portador de careca na sua cabeça tem ouro, o que técnica e cientificamente, não podemos aceitar”.
A perseguição aos indivíduos com calvície é uma prática nova em Moçambique.
Num passado muito recente, o país viveu situações em que cidadãos com albinismo eram perseguidos e mortos, acreditando-se que o objectivo era alimentar crenças supersticiosas.
Fonte: (RM/AIM)