
Zambézia: Sernic defende nova estratégia no combate ao roubo de medicamentos

O Director do Serviço Nacional de Investigação Criminal, SERNIC, a nível da província da Zambézia, Eugénio Bilane, defende a adopção de uma estratégia tripartida entre a instituição que dirige, as Alfandegas de Moçambique e o Ministério da Saúde, para estancar o roubo e contrabando de medicamentos do Sistema Nacional de Saúde, para o vizinho Malawi.
Maior parte dos medicamentos roubados é contrabandeada através dos distritos fronteiriços de Morrumbala, Molumbo e Milange, daquela província para o Malawi, onde são comercializados no mercado negro.
Bilane apresentou a proposta esta sexta-feira, segundo dia do XXXVII Conselho Provincial Coordenador de Saúde, um evento de três dias em curso na cidade de Quelimane.
“Reitero a nossa disponibilidade para, em coordenação com o sector de saúde e das Alfandegas de Moçambique, apertarmos o cerco contra o roubo de medicamentos dos depósitos provinciais e distritais para o mercado informal”, disse.
Em declarações à imprensa, à margem do evento, Bilane explicou que várias pessoas encontram-se detidas depois de surpreendidas na posse ilegal de kits de medicamentos e património da saúde.
“Temos a indicação da existência de uma rede de indivíduos que se dedica a transacção clandestina de medicamentos do Sistema Nacional de Saúde, através dos postos fronteiriços dos distritos de Milange, Morrumbala e Molumbo, para posterior venda no mercado malawiano”, disse o representante das Alfândegas, que participou no evento.
Explicou que durante as operações de fiscalização as autoridades alfandegárias têm surpreendido vários cidadãos na posse de quantidades de medicamentos muito acima daquilo que seria recomendável para a toma em caso de emergência, pelo que se pode concluir facilmente que são pessoas envolvidas na rede de contrabando.
O inspector-chefe da Direcção Provincial da Saúde, Fernando Padama, referiu que pelo menos seis indivíduos enfrentam processos-crime em conexão com a sua participação no roubo de medicamentos nas diferentes subunidades de trânsito.
“Apenas no primeiro trimestre de corrente ano neutralizamos seis indivíduos em conexão com o crime de furto de medicamentos, envolvendo funcionários da saúde e singulares. Parte dos indiciados está em liberdade provisória”, disse.
Segundo Padama, o reforço das medidas inspectivas na fronteira com o Malawi preocupa sobremaneira o sector de saúde na Zambézia.
“É por isso que neste Conselho Coordenador chamamos as autoridades alfandegárias para apoiar o sector de saúde na fiscalização a nível das fronteiras, porque também temos verificado a circulação de muitos medicamentos saindo de outras províncias até a Zambézia via Malawi”, explicou o inspector-chefe.
O desvio de medicamentos, sobretudo analgésicos e antibióticos, é uma acção que ocorre com a conivência de alguns funcionários e agentes do Estado afectos nos depósitos de fármacos.
O inspector-chefe explicou as consequências do desvio de medicamentos são devastadoras. De acordo com a fonte, diminui a sua disponibilidade nas unidades sanitárias da província.
Participam no evento membros do governo, profissionais da saúde e representantes dos parceiros de cooperação.
Fonte: (RM-Zambézia)