Abdul Razak agastado com casos de corrupção que envolvem directores provinciais
O governador da Zambézia mostrou-se revoltado com os casos de corrupção que marcam a sua governação, na segunda província mais populosa do país. Em declarações à imprensa, último domingo, Abdul Razak disse que tem apelado a uma gestão transparente do bem público, uma pretensão contrariada pela recente divulgação de casos de desvio de fundos.
Os últimos dois casos envolvem o ex-director da Agricultura e Segurança Alimentar, Marcelo Chaquisse, e o ex-director da Educação e Desenvolvimento Humano, Armindo Primeiro. Ambos demitiram-se na sequência das investigações em curso na Procuradoria provincial.
“Estamos a detectar situações ligadas à corrupção e má gestão de fundos públicos envolvendo várias esferas da função pública e privada na nossa província. Os casos que envolvem quadros do governo preocupam-nos bastante”, disse o governador da Zambézia.
Razak clarificou, entretanto, que não é intenção do governo prender ou retirar o emprego dos funcionários, mas “é fundamental que as pessoas paguem pelos seus actos”.
O governador afirmou que tem conversado com os seus colaboradores para serem íntegros na gestão da coisa pública. “A cada reunião que costumo manter com os directores provinciais e não só, tenho o cuidado de reiterar sempre sobre a gestão transparente e com princípio de integridade, para não manchar o nosso governo”.
O caso que envolve Marcelo Chaquisse está em fase de instrução preparatória, no Ministério Público, enquanto o processo de Armindo Primeiro já foi remetido à 3.a secção do Tribunal Judicial da Província da Zambézia. Neste processo, com o número 46/2017, investiga-se os contornos da adjudicação directa de obras de reabilitação da Casa da Cultura do distrito de Chinde, no valor de três milhões de meticais.
O governador da Zambézia falava, última sexta-feira, em Quelimane, após dirigir a cerimónia comemorativa dos 42 anos da Independência, na Praça dos Heróis.
Fonte: J.O