Défice limita reposição de estradas e pontes
O DÉFICE orçamental de 450 milhões de meticais está a comprometer a reconstrução, reabilitação e manutenção de grande parte das estradas e pontes destruídas pelos desastres naturais que se abateram sobre a Zambézia em 2015.
O director provincial das Obras Públicas, Habitação, Recursos Hídricos, Graciano Artur, disse quarta-feira que as necessidades em termos de reconstrução estavam avaliadas em mais de 600 milhões de meticais, mas o fundo alocado foi apenas de 156 milhões, o que dificultou o cumprimento do plano de reconstrução pós-cheias.
Segundo o responsável do sector das Obras Públicas, a conjuntura financeira internacional está na origem da incapacidade de mobilização de recursos para a reabilitação ou reconstrução das infraestruturas de comunicação rodoviária. Reconheceu, no entanto, a intransitabilidade das vias de acesso como sendo responsável pela deficiente circulação de pessoas, bens e provisão de serviços sociais como a educação e saúde às comunidades.
Graciano Artur respondia, deste modo, às questões dos membros da Assembleia Provincial que criticaram o facto de o Executivo não ter cumprido com o plano de reconstrução pós-cheias. Os membros daquele órgão entendem que houve pouco esforço do Governo para o restabelecimento da comunicação rodoviária, facto que está a inviabilizar a circulação de pessoas e a transação de mercadorias, principalmente numa altura em que acaba de ser lançada a campanha nacional de comercialização agrícola.
Os parlamentares indicaram troços como Ile/Namarrói, Namarrói/Guruè, Mulevala/ Gilé, Gilé/Pebane, Gilé/Alto Molócuè, entre outros, que neste momento constituem constrangimento para o trânsito de pessoas e bens. As duas bancadas aconselharam para a criação de mecanismos de mobilização de recursos financeiros e materiais para viabilizar a sua reabilitação com vista a reatar a comunicação rodoviária e relançar a economia rural.
Graciano Artur disse que a prioridade para este ano é a colocação de pontes metálicas. Explicou que maior parte dos cinco mil quilómetros da rede viária da Zambézia é constituída por estradas de terraplanagem, e sempre que chove as estradas ficam intransitáveis, devido à característica dos solos arenosos.
Entretanto, os membros da Assembleia questionaram ainda o deficiente abastecimento de água no distrito de Mocuba. Sobre esta questão, Artur disse em jeito de resposta que Mocuba tem a cobertura mais elevada em termos de abastecimento de água, situando-se neste momento em 86 por cento. Durante as perguntas de insistência, referiu que no ano passado foram construídas vinte e uma fontes e para este ano serão edificadas outras dez, o que fará com que o número de pessoas a ter acesso ao precioso líquido atinja as dez mil.
Fonte: Jornal Noticias