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Zambézia Mecanização agraria no vale do Zambeze

Data: 09/12/2016

MAIS de 168 milhões de meticais foram desembolsados no biénio 2015-2016 pela Agência do Zambeze, através do projecto de Financiamento ao Agro-Negócios (FINAGRO), na província da Zambézia.

 

 

 

MAIS de 168 milhões de meticais foram desembolsados no biénio 2015-2016 pela Agência do Zambeze, através do projecto de Financiamento ao Agro-Negócios (FINAGRO), na província da Zambézia.

O coordenador do FINAGRO, uma linha de financiamento ao agro-negócios integrado na Agência do Zambeze, Hermes Sueia, disse há dias à nossa Reportagem, na localidade de Mutange, em Namacurra, que no total foram sete as pequenas e médias empresas beneficiárias e cada uma recebeu 2.4 milhões de meticais correspondentes a setenta por cento do valor em forma de donativo.

Este investimento, segundo ainda o nosso entrevistado, foi em equipamento agrícola, nomeadamente um tractor, charrua, grade e atrelado, que fazem parte do lote de setenta por cento do financiamento alocado a cada empresa. Os restantes trinta por cento do pacote foram cobertos pelos beneficiários. O que corresponde à comparticipação das empresas resulta das poupanças feitas por cada agricultor ou empréstimo bancário.

Hermes Sueia, da Agência do Zambeze, disse que este financiamento ao agro-negócios é um contributo da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o Governo moçambicano e visa a legalização das empresas agrícolas, conferindo-a capacidades de financiamento para produzir, com vista a cobrir o défice de alimentos e abastecer o mercado. Segundo ainda o nosso entrevistado, este programa termina no próximo ano, mas a nível da Agência do Zambeze está ser desenhado um outro programa de financiamento que se designará por FINAGRO II. Entretanto, não sabe ainda se terá o suporte financeiro do Governo ou de parceiros internacionais de cooperação.

Todavia, o nosso entrevistado afirmou ser de extrema importância continuar com o financiamento às pequenas e médias empresárias agrícolas com o objectivo de alavancar a economia. Disse, por exemplo, que a região coberta pelo Vale do Zambeze nas quatro províncias, nomeadamente Zambézia, Manica, Tete e Sofala tem grande potencial agro-ecológico que precisa de mecanização para sua exploração com vista a produzir comida para as necessidades internas e exportação.

Hermes Sueia entende ainda que há toda uma necessidade de se apostar na mecanização agrícola, dar meios de produção aos agricultores, criar condições para os mercados, bem como para o agro-processamento. Para o efeito, os agricultores beneficiários deverão preencher um conjunto de requisitos, como estarem legalmente constituídos como empresas, possuir o Direito de Uso e Aproveitamento de Terra, plano de contabilidade devidamente organizado, entre outros.

Entretanto, este ano três novas empresas da Zambézia vão contar com este financiamento, sendo uma delas do empreendedor agrícola, Gil Fonseca, instalado no regadio de Mutange, no distrito de Namacurra.  Este recebeu meios de produção que poderão contribuir para o alargamento da área de produção e produtividade, bem como incrementar os níveis de comercialização.

“Os equipamentos agrícolas, por si só, podem não concorrer para os objectivos de aumentar a produção, mas são um incentivo bastante importante, pelo que os próprios agricultores devem apostar muito na irrigação agrária para terem duas colheitas por época”, disse o nosso entrevistado, lançando os desafios às empresas que na sua opinião deverão investir na irrigação agrícola, gerir bem os tractores e investirem muito na assistência técnica.