Zambézia sem Gabinete de Combate à Corrupção
A PROVÍNCIA da Zambézia, apesar do crescente número de casos de corrupção na função pública, não tem ainda gabinete de combate a este mal. Esta afirmação foi feita pelo Procurador Provincial adjunto da Zambézia, Amâncio Zimba, numa palestra realizada em Quelimane, que também serviu para o lançamento da semana da função pública que se assinala este mês.
Apesar desta lacuna, aquele magistrado afirmou que a Procuradoria na Zambézia será implacável no combate à corrupção, levando a justiça aos envolvidos com vista a moralizar a função pública, e não só.
Amâncio Zimba afirmou que o combate à corrupção deve ser uma questão de consciência, mudança de comportamento e de mentalidade.
Anunciou ainda que é um compromisso que cada um deve firmar com a sociedade, porque quando os actos de corrupção atingem o tecido social e económico leva uma sociedade a uma situação doentia. Segundo explicou, os cidadãos não devem continuar a assistir de forma serena e impávida a ilegalidade como se isto fosse normal, sob pena de matarmos o sonho colectivo de ter um país com pessoas íntegras.
Aquele magistrado fez críticas à própria procuradoria porque muitas vezes os acasos denunciados são arquivados sob a alegada justificação de que não há matéria suficiente para incriminar os implicados e os processos são arquivados. Para ele, a corrupção precisa de ser desmistificada, como acontece por exemplo, com o homicídio, tráfico, furto, rapto e também devem tornar públicos os processos de corrupção quando não estejam em segredo de justiça.
As afirmações do magistrado acontecem numa altura em que dois altos funcionários estão sob investigação na Agricultura. Trata-se de Marcelo Chaquisse director provincial da Agricultura e Segurança Alimentar e de Armindo Primeiro, director provincial da Educação e Desenvolvimento Humano. Aliás, durante a palestra os participantes quiseram saber mais sobre os dois casos de desvio de fundos do erário público para fins ilícitos, ao que Amâncio Zimba afirmou que estão a ser investigados e neste momento encontram-se em segredo de justiça.
Fonte: J.N